sábado, 24 de setembro de 2011

Manhã vazia

De manhã
Eu levanto,
Sento,
E escuto tuas lamentações.

O café posto à mesa
Não sacia o meu prazer
A comida no fogão
Não tem sabor.

Nas paredes brancas
De nossa casa
Lembranças não ficaram
De um tempo em que tudo
Era amor.

Hoje a cama está arrumada,
Os lençóis engomados,
As roupas no cabide,
O porta-retratos sem foto.

Tu chegas às 05h30min
Eu saio ás 06h15min
No trabalho eu me realizo,
Em casa tu te afliges.
Os filhos que não vieram
Sala vazia,
Voz que ecoa
Genética paralítica

Nossos amigos afastaram-se,
A família percebeu,
Os vizinhos comentam,
Apenas dormimos.

O nosso amor
Dissipou-se.
O que antes era canção
Agora é silêncio.

(Nádia.M.S.P.)

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